Ultraviolet Pantone color 2018 - Ultra violet
- Eliane Larroza
- 12 de fev. de 2018
- 4 min de leitura
A cor deste ano lançada pela Pantone remete ao imaginário, a grandes descobertas, ao misterioso, ao que está por vir, ao trancedente, ao espiritual, ao cosmos, a contracultura, a individualidade.

Uma cor forte, dramática e provocativa como o "Ultra violet" foi escolhido pela Pantone como a cor do ano 2018, foi também inspirada em ícones da música, Prince, David Bowie e Jimi Hendrix, cor que era o símbolo do não convencional e da contracultura.
O Ultra Violet era a assinatura do cantor Prince.

Purple Rain é um álbum de estúdio do cantor Prince e o primeiro a ser creditado com a The Revolution. É trilha sonora do filme de mesmo nome. e está na lista dos 200 álbuns definitivos no Rock and Roll Hall of Fame (Wikipedia).

David Bowie usava Ultra Violet para expressar a sua identidade, a qual acabou como uma cor muito popular na cultura ocidental.

Uma cor que já fazia parte de sua identidade e imagem desde a sua juventude. Esta foto foi tirada em 1969 no Paddington Street Gardens, Marylebone, London. Ano em que Apolo 11 foi lançada, e o cantor virou uma estrela do rock ou "rock star" com o sucesso de "Space Oddity".

A foto acima mostra como a moda também vai e volta, este blazer em veludo na cor lilás, em que David Bowie estava usando, voltou com força em coleções Outono/Inverno de 2018 e 2017 (na cor verde) de grandes estilistas.
São tantos adjetivos e conceitos ligados a esta cor violeta intensa, já utilizada pelos cardeais, homem de fé e de grande poder. A cor violeta já foi por muitos séculos associado à riqueza, a realeza e ao poder. Durante muito tempo a Rainha Elisabeth I, proibiu qualquer pessoal, exceto membros próximos da família real de usá-la. O corante utilizado para produzir a cor violeta era oriundo de um pequeno molúsculo encontrado somente na região do Mar Mediterrâneo, na cidade Fenícia chamada Tyre, atualmente conhecida como uma região ao sul do Líbano. Eram necessários 9000 (NOVE MIL!!!) molúsculos para obter uma grama (1 gr) do "Tyrian purple dye".

Tyrian purple dye (Fonte/Source)
Sua tonalidade incomum e exuberante tornou-se um favorito entre os governantes da Mesopotâmia, fazendo com que a classe alta almejasse a cor real, a ponto de querer comprá-la. No auge da sua popularidade, o preço do corante ultrapassou o preço do ouro! O valor chegava a valores estratosféricos, que apenas os governantes ricos podiam comprar e usar a cor, ela se associava às classes imperiais de Roma, Egito e Pérsia.
De acordo com a mitologia fenícia, a descoberta da cor foi creditada ao cão de estimação da ninfa do mar Tyros, que era amante do Deus de Tiro, Melqart (muitas vezes intitulado Ba'l Ṣūr, "Senhor do Tiro"). A lenda diz que o casal estava caminhando pela praia quando percebeu que, depois de morder um molusco lavado, a boca do cachorro estava manchada de púrpura. Tyros pediu uma peça de vestuário feita da mesma cor e começou e assim começou famosa indústria da produção da "Tyrian purple dye"(Fonte/Source).

Peter Paul Rubens’ “Hercules’ Dog Discovers Purple Dye” c.1636. Melqart in Greek, by interpretatio graeca was identified with Heracles | Source: Wikimedia Commons
O roxo também veio a representar a espiritualidade e a santidade porque os antigos imperadores, reis e rainhas que usavam a cor eram frequentemente associados a deuses ou descendentes dos deuses.
Às vezes, no entanto, o corante era muito caro mesmo para a realeza. O imperador romano do século III, Aurelian, não permitiu que sua esposa comprasse um xale feito de seda roxa de Tyrian, porque costumava custar seu peso em ouro.
Quem não lembra da cena ícone de Elisabete Taylor, protagonizando o papel de Cleopatra no filme de 1963, usando a roupa de época na cor púrpura. A palavra púrpura vem do latim "purpura", e o nome "Tyrian Purple" refere-se ao fato de que a cidade de Tyre ficou conhecida por produzir esta cor a mais de 3500 anos atrás.

A exclusividade do violeta foi transferida para a era Elisabetana (1558 a 1603), período durante o qual todos na Inglaterra tiveram de respeitar as Leis Sumptuary, que regulavam rigorosamente as cores, os tecidos e a roupa que podiam e não poderiam ser usados por diferentes classes na sociedade inglesa. As leis suntuárias da Rainha Elizabeth I proíbiam que qualquer pessoa, exceto parentes próximos da família real usassem a cor violeta, de modo que a cor não refletia apenas a riqueza do portador, mas também seu status real. A cor violeta tornou-se mais acessível às classes mais baixas há cerca de um século e meio. Em 1856, o químico e inglês de 18 anos, William Henry Perkin, criou acidentalmente um composto púrpura sintético enquanto tentava sintetizar a quinina, uma droga anti-malária. Ele notou que o composto poderia ser usado para colorir.
Graças a ele hoje podemos usar esta cor tão itensa, mística e espiritual, amadas por uns, desejada ou mesmo odiada por outros. E você gosta do violeta? Sabe como usar? Como combinar um look? Visite o link para saber como combinar e usar a cor do ano 2018.
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